HISTÓRIA da EMIAM
Por Lucília ( Servidora Pública Municipal, lotada na Escola desde a sua fundação )
A EMIAM é a concretização de um sonho de uma comunidade carente e sofrida que foi compondo a vila São José. Famílias e mais famílias,repletas de filhos, que necessitavam de escola para estudar. Escolas que ofereciam o Ensino Fundamental ficavam distantes: escolas estaduais, escolas municipais boas e... tão longe . Exigiam dos alunos e das famílias longas caminhadas e sob todas as condições de tempo: sol a pino, frio e tempestades...não importa...era sempre a pé, com agasalhos e calçados precários ou inexistentes. Sofrimento e angústia para todos.
A comunidade da vila mobilizou-se. O terreno foi doado pelo Sr. Ignácio de Andrade Melo, homem de recursos e também de bom coração e muito humilde. Ná época, o então prefeito Sérgio Ferrara concedeu a autorização e a construção foi iniciada com várias pessoas da comunidade ajudando: fazendo massa, erguendo paredes, fazendo o piso...tarefas para muitas mãos trabalhadoras, sonhadoras e idealistas. Em 1988 ficou pronta a construção sob olhares de alegria daqueles que por ela tanto lutaram. Festa !
No dia 13 de novembro de 1988, a comunidade, juntamente com a Diretora e Secretária nomeada pela PBH e autoridades do município inauguraram a EMIAM. Era Diretora então Dª Cécília Martini Ribeiro, hoje saudosa lembrança carinhosamente por nós lembrados.
Em fevereiro de 1989 iniciamos as aulas. Nossos poucos móveis resumiam-se a algumas mesas e uma poucas cadeiras. Nossas salas de aula estavam vazias! As reuniões com a direção e com as supervisoras eram feitas nos bancos da cantina. Não tínhamos gás. Portanto não servíamos merenda e os nossos alunos saiam na metade do horário. Entretanto tudo isso era acordado com os pais e as famílias compreenderam e apoiaram, para que o ano letivo não fosse iniciado mais tarde.A secretaria Municipal de Educação esteve pessoalmente presidindo a Assembléia que aprovou por unanimidade que as aulas fossem iniciadas nessas condições. É muito interessante lembrar que as crianças traziam de casa almofadas, panos e até toalhas para eles ou suas professoras se assentarem durante as aulas. Algum tempo depois, chegaram carteiras e cadeiras doadas por outras escolas. Nossa primeira festa junina foi um sucesso. Toda a renda foi somada à de outros eventos que a Direção promovia: bazares, bailes à noite, rifas, ação entre amigos... e com esses recursos foram adquiridos os primeiros armários de aço. Lembro-me que nesse dia a Diretora chorou de emoção !
Nossos alunos do 3º período, 1ª e 2ª série estudavam pela manhã. E os de 3ª e 4ª série à tarde. Quase não tínhamos material. Mas nossos alunos eram muito respeitosos e obedientes. Faziam caminhadas, excursões á pé,( Uma vez fomos ao zoológico, que funcionava no parque municipal, à pé, todos em fila e ao comando da direção, coordenação e professoras. Isso não trás uma saudade muito grande) auditórios e festas do livro e de despedida do ano, tudo com muita ordem.
Durante seis anos ( até 1994 ) fizemos as formaturas do pré-escolar. As crianças vinham impecáveis, todas com roupas brancas.
Entre 1991 e 1992 nossa escola ficou entre os primeiros lugares da PBH nas estatísticas de aprovação de 1ª série. Nossa equipe de alfabetização era de tirar o chapéu. E nessa época também abriu-se o noturno , com 4 salas( 1ª a 4ª série ) para atendimento aos moradores da comunidade.
Em 1995, acompanhamos as modificações que a Escola Plural propôs. Foram muitas as mudanças. Nossa equipe modificou-se bastante: falecimentos – grandes e significativas perdas – transferências... gente chegando, gente saindo... Com isso, o atendimento ao nosso aluno também mudou: 3ª e 4ª séries pela manhã e alfabetização à tarde. Os desafios em termos de disciplina aumentaram. O perfil dos alunos e das famílias já estava se modificando pouco a pouco. Entretanto, a comunidade continuava ajudando. Nossa escola sempre esteve preservada de pichações e danos sérios ao patrimônio,isto por que a escola tem um valor profundo para todos, sendo um ponto de referência forte, afetiva e cultural.
Em 1998 iniciamos o trabalho de atendimento às 5ª séries. Em 1999 o atendimento se estendeu ao 3º ciclo. A escola cresceu, o noturno se ampliou... Em abril de 2000 recebemos o primeiro professor do sexo masculino. Daí em diante vieram os demais.
Foram grandes mudanças, muitos os desafios que, graças a Deus, temos conseguido êxito. Novos elementos se agregam à equipe, modificam-se os planos curriculares, aparecem novas demandas pedagógicas... mas a escola tem preservado o seu bom nome e continua tendo o carinho e principalmente o respeito da comunidade, que tanto ansiou e lutou por ela.
A escola Funciona em três turnos, atendendo alunos de uma faixa etária que varia de 6 anos a 60 anos. Em sua maioria são crianças de 6 a 14 anos do Ensino Fundamental nos turnos manhã e tarde. Pela manhã temos 7 turmas do 2ºciclo, num total de 230 alunos e 7 turmas de 3º ciclo, com 210 alunos totalizando 440 alunos. Á tarde também temos 14 turmas. Todos estão cursando o 1° ciclo . Ã noite, nossa clientela é formada pôr alunos que após alguns anos de abandono, regressaram a escola para terminar seus estudos e concluírem o ensino fundamental. São alunos situados fora da faixa etária considerada normal. Em sua maioria são trabalhadores, pais de famlias, muitos possuem carteira assinada e uma grande maioria realizam trabalhos temporários ou constituem uma parcela de trabalhadores que compôe um setor da economia denominada informal.
OS PROJETOS
O Projeto Rede.lê é um projeto que vem sendo planejado desde o ano de 2003, através do Departamento da Ciência da Computação da UFMG, quando este se mostrou interessado em desenvolver um programa de software livre.
Atento a isso, o governo federal, através do Ministério das Telecomunicações resolve oferecer ás escolas antenas para acesso á internet, via rádio. O Ministério da Cultura e o Centro Cultural da UFMG faz uma parceria com a SMED , PBH e uma ONG, a Associação Imagem Comunitária e tem inÍcio a sua aplicação em 9 escolas da rede municipal. Vale lembrar que estas 9 escolas estão ligadas em rede a mais outros 9 pontos , com destaque para o Conselho de Pais Criança Feliz, no Aglomerado da Serra, o Grupo Tambolelê, no Bairro Pe. Eustáquio, a Comunidade de Arturos, em Contagem, uma comunidade remanescentes de quilombos e a Serra do Cipó, uma reserva ecológica que possui a maior biodiversidade do planeta.
O Projeto Rede.Lê é um projeto piloto, de ponta, pioneiro e sem igual, cujo maior desafio é a de levar as novas tecnologias ás escola, para que crianças e adolescentes e a própria comunidade se apropriem de um novo saber através de máquinas e instrumentos audiovisuais e de som.
Por ser uma novidade e com várias possibilidades, trata-se um projeto que está sujeito a erros e acertos, dependendo fundamentalmente do envolvimento dos vários setores e departamentos que o gerenciam.
Também é um projeto de construção coletiva, onde o aprendizado se faz pelas trocas de experiências e informações em rede. Conta com uma sala de informática com 16 computadores ligados á internet,tipo wire less aparelhagem para som e montagem de uma estação de rádio, cãmera filmadora, aparelhos MD e VCD, data show. Esta sala para o uso da escola, para os projetos da escola, alunos, professores e direção. Quando os projetos envolverem a comunidade,ela terá acesso a estes aparelhos e equipamentos.
Por ser da Escola, é vital que cuidemos e elaboremos projetos para o melhor uso destes aparelhos e equipamentos e que num futuro próximo, o Projeto Rede.Lê se transforme numa proposta pedagógica da Escola e consequentemente de toda a rede municipal de ensino.
Professor Assis
TELECENTRO - Sala de Informática
Gerenciamento e funcionamento do Telecentro – 2003 a 2008
Procedimentos básicos - Atendimento á comunidade
O telecentro contém 16 computadores cada um com duas cadeiras. Desta maneira pode receber, por vez, 32 pessoas, com 1 computador para cada 2 pessoas. Vale lembrar que todas as pessoas desta comunidade terão direito ao uso desta sala. Os horário para atendimento ocorre em dois momentos: entre o 1° e 2° turnos, de 11:30 h á 12:30 h e entre o 2º e 3° turnos, de 18:00 h ás 19:00 horas.
O fato de ser uma sala possibilita receber apenas uma turma em cada horário.
No telecentro existem vários materiais eletroeletrônicos, que são muito sensíveis á manipulação, e o seu manuseio de forma incorreta poderá ocasionar danos que muitas vezes podem ser irreparáveis. Devido a isso, é expressamente proibido pegar, mexer ou manusear materiais ou equipamentos que não estejam relacionados no roteiro de aula ou sem a autorização do professor.
Após o uso de qualquer equipamento o mesmo deverá permanecer no local onde se encontrava. Vale lembrar que é função da coordenação , dos professores e dos inscritos cuidar de todos os equipamentos do telecentro.
Durante os trabalhos, aguarde o comando que será¡ dado pelo coordenador ou monitor. Na dúvida pergunte ou caso apareça qualquer problema chame imediatamente o coordenador ou responsável. E, não se esqueça: procure trabalhar em silêncio. Máquinas não falam. Apenas requerem um comando que serão dado por quem a usa.
As normas disciplinares foram feitas para serem cumpridas. Qualquer trabalho para Ter eficiência envolve o cumprimento de normas e procedimentos adequados até mesmo nas pequenas coisas.
O acesso á sala de informática será determinada pela demanda dos moradores desta comunidade e farão mediante inscrição junto ao coordenador do telecentro ou por pessoas por ele nomeada.
Sua contribuição é fundamental para a organização, o desenvolvimento e a evolução dos trabalhos.
Caso ocorra uma demanda superior ao número de vagas, o candidato terá uma semana para aprendizagem, cedendo seu lugar para outras pessoas obedecendo a uma lista de inscritos, tendo preferência, os idosos e não alfabetizados.
Cada participante deverão portar um crachá que o identifica, facilitando seu transito nos corredores da escola e na sala de informática.
Para uso do computador, cada inscrito deverão criar uma senha, que é individual e intransferível.
PROJETO SEXUALIDADE – EDUCAÇÃO AFETIVO SEXUAL
Coordenador: Professor Assis
Duração: o ano todo
Justificativa: Entendendo a escola como uma instituição autônoma, uma entidade formadora e promotora do conhecimento, o que se concretizam através da atuação de seus profissionais, capazes de formular, coordenar e sistematizar projetos de interesse dos alunos e que trabalham os valores, o respeito á vida e as relações sociais que permeiam a convivência entre os pares. A estes profissionais a tarefa, não menos responsável, de formar as crianças e adolescentes para a sexualidade.
Tudo na vida se aprende. O respeito se aprende, a amizade se aprende, o zelo se aprende, sorrir se aprende, o amor se aprende, assim como a sexualidade se aprende, mesmo sendo um atributo nato de cada um. A sexualidade é parte fundamental no desenvolvimento de nossa personalidade, capaz de interferir na aprendizagem, no caráter, na forma como trabalhamos nossos valores e em nossa felicidade.
Propomos uma metodologia avançada e integradora, onde técnicas de grupo são usadas para uma profunda reflexão sobre valores, mitos, tabus, preconceitos, cuidados com o corpo, DSTs, AIDS, planejamento familiar, gravidez e drogas. Não se trata de transmitir uma simples informação, de um monólogo onde um fala e o outro escuta. Objetivamos a mudança no comportamento, a criação de novos hábitos, a conscientização de que é possível ter prazer em tudo o que fazemos.
Aprender a ser melhor mais digno e ocupar seu espaço e tempo com gosto e qualidade, e isso se consegue através da interação plena e consciente entre o sujeito que aprende e o objeto ou material a ser compreendido.
METODOLOGIA
Todos os temas relacionados à vida serão desenvolvidos através de oficinas e técnicas de grupo, jogos interativos, brincadeiras, júri simulado, representação teatral, música, vídeos e estudos de casos
As turmas terão aula uma vez por semana e será dividida com a disciplina matemática, de tal modo que todas as turmas serão atendidas em sua metade, uma vez por semana.
Escola Municipal Ignácio de Andrade Melo
Rua Violeta de Melo, 988 - Bairro São José - Belo Horizonte
Fone(31) 3277.7245 e 3277.7246
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